quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Entrevista concedida por Pietro Ubaldi ao Jornal Pernambuco Espírita






Entrevista concedida por Pietro Ubaldi ao Jornal Pernambuco Espírita – Outubro de 1955



Durante o mês de setembro, esteve nesta cidade o prof. Pietro Ubaldi, realizando entre nós, várias conferências. O ilustre visitante chegou a esta cidade, no dia 3 daquele mês e a sua primeira conferencia realizou-se no Gabinete Português de Leitura no dia 5, sob o tema “Os problemas econômicos da atualidade e Sua Solução”.
Nos dias 10, 11 e 12, realizou-se na Casa dos Espíritas de Pernambuco, Instituto Espírita João Evangelista e Núcleo Espírita Investigadores da Luz, conferências sobre o tema “A Reencarnação”.
No dia 17, viajou à Paraíba, realizando ali três conferências, na Faculdade de Ciências Econômicas e Rádio Tabajaras, para os espíritos daquele Estado, sobre os temas “Os tempos são chegados”, “A reencarnação” e “O pensamento social do Cristo”. Foram concorridíssimas estas conferências.
Retornando ao Recife, no dia 19, realizou-se ainda no Gabinete Português da Literatura uma conferência, retornando a São Paulo no dia 30 de setembro. Todas as conferências desta cidade, tiveram enorme assistência, principalmente nos meios espíritas.
“PERNAMBUCO ESPÍRITA”, que neste número publica a monumental entrevista concedida pelo prof. Pietro Ubaldi, faz votos para que o eminente pensador espírita, tenha feito um feliz retorno ao convívio dos que lhe são caros. Que Jesus ampare e ilumine cada vez mais este grande obreiro da Seara do Cristo.
Entrevista
No dia 8 de setembro passado, tivemos o primeiro contato com o grande pensador e filósofo Prof. Pietro Ubaldi, na residência do Sr. Sebastião Stanislau, à Estrada do Arraial, em Casa Amarela desta cidade. O autor da “A GRANDE SÍNTESE” nos recebeu cordialmente, ficando inteiramente ao nosso dispor, respondendo humildemente, qualidade que lhe é peculiar, todas as nossas perguntas em torno da doutrina dos espíritos.
Ele nos declarou textualmente que aceita integralmente toda a codificação kardequiana, não tendo nenhuma restrição a fazer sobre o Espiritismo. E como tal se considera espírita. Fez questão para que “PERNAMBUCO ESPÍRITA” divulgasse essa qualidade, o que estamos fazendo. Homem simples e dentro daquela brandura, o grande pensador dos nossos dias, não se sentiu agastado com a nossa presença, ao contrário, cheio de boa vontade para perscrutar-lhe o que ia no mais profundo d’alma e assim tivemos uma oportunidade rara um nossos dias diante dessas situações em que personalidades de alto conceito se apresentam à imprensa para transmitir ao grande público os seus sentimentos deslumbrados com tanta bondade e tanta sabedoria, teremos para com o nobre prof. Pietro Ubaldi estas expressões de gratidão: Muito obrigado, prof. Pietro Ubaldi...
Fizemos ao prof. Pietro Ubaldi, as seguintes perguntas, que sem nenhuma afetação e dentro da maior calma, ele respondeu a todas com absoluta segurança e sem rodeios. Ei-las:
1- Como interpreta as doutrinas contidas no Livro dos Espíritos?
R. Aceito espírito e matéria. Admito a existência do perispírito, contudo ainda não cheguei à conclusão científica positiva da sua existência, como um dos elementos formadores da personalidade humana.

5- O Sr. aceita a pluralidade dos mundos habitados?
R. Aceito a pluralidade dos mundos habitados, sem nenhuma sombra de dúvida. Cada mundo tem a sua forma particular. Todos obedecendo aos ditames divinos de aperfeiçoamento das suas humanidades. É interessante frisar que em todos eles a reencarnação é a condição de evolução, de reforma. É meio primordial das criaturas chegarem à perfeição.

6- O Sr. aceita o Espiritismo no seu tríplice aspecto: ciência, religião e filosofia?
R. O Espiritismo no Brasil assume um aspecto todo especial, em relação aos demais países do mundo. O Espiritismo no Brasil é religião, enquanto nos outros países é estudado como ciência e como filosofia.

7- O Sr. aceita o Espiritismo como doutrina cristã?
R. Aceito o Espiritismo como doutrina eminentemente cristã e como tal, será aceito por todos, logo que se espalhe pelo mundo. Será a religião de terceiro milênio. O mundo tem apenas 45 anos para completar a sua reforma.

8- Como concebe Deus?
R. Deus é a inteligência suprema do universo. É o ponto de convergência de todas as criaturas. A ciência oficial não pode compreender Deus. Não pode chegar até Deus, porque não tem conhecimento bastante. Há outro caminho para se chegar até Deus. É o caminho do coração. Quando não de chega até Deus pelo raciocínio, se chega pelo sentimento. A intuição que temos da existência de Deus, não podemos demonstra-la, porque não conhecemos Deus em sua essência. somente a intuição no-Lo revela e para os conhecimentos atuais da humanidade, isto é o bastante.

9- Como encara a Codificação Kardequiana?
R. É um trabalho que veio revolucionar o pensamento humano. Ela deu um sentimento completamente novo ao estudo da metafísica. Imprimiu um novo sentido no campo da bondade, da paciência e da caridade. Estabeleceu para o mundo um conteúdo moral muito elevado da justiça de Deus e seus atributos. Como sistema filosófico espiritualista, tem os principais elementos para constituir uma verdadeira filosofia. Há necessidade de um gênio, alguém para desenvolver estes princípios contidos nos livros básicos do Espiritismo. É necessário um estudo mais desenvolvido.
A codificação kardequiana tem todos os princípios científicos em estado de embrião. A ciência oficial de hoje não os encara como coisa séria. É preciso, pois, alguém de responsabilidade, apareça para incentivar o estudo das doutrinas dos espíritos nos meios científicos, norteando-lhes o verdadeiro estudo, fazendo com que a ciência oficial, siga-lhes as pegadas. E no campo experimental, dentro das instituições espíritas, dar uma nova feição ao estudo da mediunidade hoje tão malbaratada nesses centros de estudos.

As impressões do Prof. Pietro Ubaldi sobre as Comemorações do 1o. Centenário do Espiritismo
Perguntaram-me o que eu penso a respeito do primeiro Centenário do Espiritismo. Antes de tudo quero declarar que me considero espírita. Todas as vezes que no ambiente espírita acho pessoas boas e honestas, como quase sempre achei, mas, que não me posso considerar espírita quando me devo concordar com espíritas que exploram a verdade e não acreditam em Deus e que quereriam para eu ser espírita, que eu condenasse e agredisse os outros grupos de religião. Isto eu não posso fazer, porque quero abraçar a todos. Explico tudo isto para esclarecer vários mal-entendidos que nasceram a este respeito. A minha é a religião da bondade e fico unido a todos os que a praticam em qualquer religião que estejam; no entanto afasto-me de todos que não a praticam, em qualquer religião que estejam. Para mim interessa a substância e não a forma.
Por isso, se a celebração deste primeiro Centenário do Espiritismo for útil para despertar nas almas esta substância de amor recíproco e bondade, dar-lhe-ei a minha adesão completa. Mas, se pelo contrário, forma somente ruidosa manifestação exterior onde prevaleçam interesses humanos, como infelizmente em geral acontece nas manifestações religiosas de nosso tempo, aí eu não saberia que fazer e vim dizer, embora ficando sempre com o maior respeito para tudo o que for o meu próximo, do que eu devo amar como a mim mesmo.
Prof. Pietro Ubaldi









terça-feira, 19 de setembro de 2017

SADU SUNDAR SINGH - O apóstolo dos pés sangrentos





SADU SUNDAR SINGH



O AMOR DE DEUS: Se dois homens amarem a mesma pessoa, tornar-se-ão rivais e terão ciúme um do outro. Isto não acontece com referência ao amor do homem a Deus. Um indivíduo que ame a Deus não terá ciúme de outros que o amem também. Ele sentir-se-á triste, se eles não o amarem. A razão desta diferença entre o amor humano e o divino é a infinidade do amor de Deus. O homem não pode corresponder com igual afeição a todos os que o amam, visto que sua capacidade de amar é limitada, mas Deus não tem limite em seu amor, e, portanto, é suficiente para todos.

A VIDA FUTURA: A crença na vida futura é característica de todos os povos e em todos os tempos. Os desejos importam numa realização possível. A sêde testifica a existência da água, e a fome, de alimento. O desejo de viver eternamente é em si uma prova de sua realização. Além disto, temos desejos mais nobres do Espírito que não podem ser satisfeitos neste mundo. Portanto, deve haver outro mundo espiritual em que estes desejos sejam cumpridos. O mundo material não pode de forma alguma satisfazer nossos desejos de espiritualidade. As aspirações da alma só podem ser satisfeitas por Deus que a criou, bem como a sêde espiritual que lhe é inerente. Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, portanto, o homem tem em si algo da natureza divina, que aspira a ter comunhão com ele. E quando estamos enraizados no Ser Eterno, ficaremos satisfeitos e gozaremos Vida Eterna n'Ele.

PARA NOSSA REFLEXÃO: Quando permanecemos à beira de um precipício e olhamos para o mesmo, ficamos tontos e com medo, ainda, que seja de pouca profundidade. Mas nunca temos receio de contemplar os céus, ainda que nossos olhos divisem distâncias muito maiores. Qual a razão? Porque não podemos cair para cima. Há contudo, um perigo de cairmos para baixo e sermos reduzidos a pó. Contemplando o Eterno, sentimos que estamos seguros n'Ele e que não há perigo algum. Mas quando nos afastamos d'Ele, nos amedrontamos, porque nos desligamos da Realidade, e podemos ser aniquilados completamente. As algas marinhas são tão delicadas que ao bater de uma onda ficariam completamente destruídas. Quando há o menor indício de uma tempestade, elas mergulham no fundo do mar, afastando-se o mais possível da tempestade e das ondas. Quando o homem de oração antecipa os ataques do pecado e do sofrimento do mundo, imediatamente mergulha no oceano do amor divino, onde há paz e calma eternas. A paz maravilhosa que o homem de oração sente, quando está orando, não é resultado de sua própria imaginação ou de seu pensamento, mas o resultado da presença divina na alma. 



 
TAL QUAL A FRAGRÂNCIA DAS FLORES: Passando por uma aldeia no Himalaia, vi um monte de lixo. O mau cheiro era tanto que me causou náuseas. Dias depois passei novamente pelo mesmo lugar. Percebi que um odor suave cobria o mau cheiro. Surpreendido, fui investigar o caso e verifiquei que haviam nascido ali flores que espalhavam ao redor o seu perfume. O calor e a luz do Sol deram às flores beleza e fragrância. O lugar era imundo, mas a própria imundície servia de adubo. Também nós vivemos num mundo sem limpeza e malcheiroso. Mas se, como as flores, tivermos os corações abertos para o Sol da Justiça e a sua fragrância, e as coisas do mundo, como adubo, nos auxiliarão na vida espiritual.

PALAVRAS LUMINOSAS: A chuva e os vendavais trazem destruição, porém também limpam a terra de pestes e enfermidades. Do mesmo modo, o sopro do Espírito nos transmite seu poder e em sua força, nos traz saúde espiritual e a felicidade. Do mesmo modo que um terremoto pode abrir poços de água doce ao entrar em erupção no deserto, fazendo com que a terra seja exuberante e frutífera, o sofrimento pode violentar nossas vidas e fazer brotar de nossos corações mananciais de água da vida. Então refrescantes correntes de agradecimento e gozo fluirão donde antes havia lamentos e queixas. Meu Senhor e meu Deus, só tu és capaz de saciar a fome e a sede de meu coração, pois tu o criaste para ti e para mais ninguém. Toma conta de minha vida e sê meu senhor para sempre. O clima determina a forma, a cor e o crescimento das plantas e das flores. Na selva, muitas vezes observamos insetos que tem adquirido a forma e a cor das verdes folhas com as quais se alimentam. Nas neves do norte, a pele do urso polar tem a mesma brancura da neve. O tigre de Bengala tem listras na pele, como os maciços de juncos de onde vivem. Quando uma esponja está na água e a água encharca a esponja, podemos seguramente afirmar que a água não é a esponja nem a esponja é a água. Da mesma forma, quando eu mesmo me encontro submerso em Deus, Deus plenifica meu coração fazendo com que eu fique em completa união com Deus, porém eu não sou Deus e Deus não sou eu. Somos distintos, porém não separados. Se nós não fizermos uso das faculdades espirituais que nos tem sido dadas, as perderemos. É o que sucede, por exemplo, com os peixes que tem vivido prolongadamente na escuridão de águas profundas. Tem vivido tanto tempo nestas condições que se encontram completamente cegos. Se permanecermos em comunhão com Deus, nossos hábitos e disposições e inclusive nossa aparência mudam totalmente. Sempre que abrimos nossos corações a Deus recebemos um alimento espiritual e crescemos mais e mais em semelhança de Deus até que alcançamos a madureza espiritual. E uma vez que abrimos nossos olhos espirituais e vemos a presença de Deus, encontramos a indescritível e interminável glória. Sentar aos pés do Mestre em súplica é a maior faculdade de teologia do mundo.
Sundar Singh buscou Deus no siquismo, no hinduísmo, no budismo e no islã. Expôs-se também ao cristianismo durante um ano, numa escola local mantida por missionários presbiterianos norte-americanos, mas quanto mais ouvia do Novo Testamento, mais rancoroso ficava em relação a ele. Deixou a escola. Quando via missionários em público, ofendia-os, e mandava os servos de seu pai fazerem o mesmo. Por fim, queimou um exemplar do Novo Testamento em público para expressar sua indignação.
Depois, Sundar Singh percebeu que sua fanática oposição ao cristianismo disfarçava uma atração secreta por ele. Seu pai reprovava tanto seu ato de queimar uma Bíblia quanto sua obsessão pelas religiões indianas habituais, e se perguntava se o filho não estaria perdendo a sanidade mental. De fato, em 17 de dezembro de 1904, com 15 anos de idade, Sundar Singh despediu-se do pai, anunciando que cometeria suicídio antes do desjejum. Ele efetivamente planejava deitar-se na ferrovia perto de sua casa e deixar que o trem expresso das 5 da manhã passasse por cima dele, para poder se encontrar com Deus no além.
Às 3 da manhã de 18 de dezembro, ele se levantou e tomou um banho frio, conforme o costume hindu. Então suplicou repetidamente a Deus que se revelasse a ele antes da chegada do trem. De repente, uma luz tão intensa brilhou em seu pequeno quarto que ele olhou à volta para ver se a casa não estaria pegando fogo. Depois surgiu uma nuvem luminosa, e nela ele viu, irradiando amor, a face de um Homem. Em perfeito hindustani, a língua nativa de Sundar Singh, o Homem lhe disse: “Por que me persegues? Lembra-te de que dei minha vida por ti na Cruz”.
Mais tarde, Sundar Singh viria a escrever: “O que vi não foi imaginação minha. Até aquele momento eu odiava Jesus Cristo e nunca o cultuara. Se eu estivesse falando de Buda, seria possível que fosse imaginação, pois eu estava habituado a cultuá-lo. Mas não foi sonho. Quando se acabou de tomar um banho frio, não se sonha! Era realidade; era o Cristo Vivo!”
Sundar Singh prostrou-se diante de Jesus e o adorou. Sua alma foi finalmente invadida por paz e júbilo. No desjejum, ele disse ao seu pai, que estava perplexo: “O velho Sundar Singh morreu; eu sou um novo ser”.  Obviamente sua conversão se assemelhava muito à do apóstolo Paulo, e ele falava dela a todos que o quisessem ouvir.
Para seu pai, a conversão cristã de Sundar era ainda menos aceitável que sua antiga inimizade com o cristianismo; ele considerava o filho um louco. A família o pressionou a abandonar sua nova fé, e, por fim, o expulsou de casa. Diz-se que a última refeição que ele fez em casa estava envenenada. Seu amigo Gardit Singh, que se tornara cristão na mesma época, de fato morreu após comer comida envenenada. Com o alvoroço local, a estação missionária teve de ser fechada, e os cristãos do povoado se mudaram para longe, em busca de segurança.
Sundar Singh foi estudar a Bíblia em uma estação missionária médica. Era ilegal ser batizado antes dos 16 anos, por isso ele foi batizado como cristão anglicano em seu aniversário, em 3 de setembro de 1905. Seu professor o aconselhou a fazer curso teológico, mas ele, em vez disso, se sentia chamado a pregar o evangelho como sacerdote indiano tradicional.
Trinta e três dias após seu batismo, Sundar Singh vestiu o manto amarelo de linho usado pelos hindus celibatários e partiu, levando somente um Novo Testamento em hindustani e um cobertor que ele costumava enrolar em torno da cabeça, como um turbante. Não usava dinheiro e nunca pediu nada. Quando ninguém lhe oferecia alimento ou abrigo, passava sem eles. Também não possuía a adaga que os homens sikh costumam carregar para se proteger. Quando lhe perguntavam se as pedras não feriam seus pés descalços, ele respondia que seus pés eram tão duros que eles é que feriam as pedras.
Como um sikh típico, Sundar Singh tinha pouco mais de 1,80m de altura, barba espessa e olhos escuros brilhantes. Seu olhar transmitia uma profunda paz interior, o que atraía as pessoas a ele. Em pé, seu corpo era bem aprumado. Crianças e animais sempre eram atraídos por ele. Amava brincar com crianças e tinha um bom senso de humor. Quando falava de Jesus, seu semblante inteiro se iluminava, irradiando júbilo. Depois da visão que teve, em 18 de dezembro de 1904, só um interesse e paixão ardiam em seu coração: servir Jesus.
Assim, perambulou pela Índia, Afeganistão e Caxemira, pregando o evangelho de Cristo. Uniu-se a Samuel Stokes, um missionário norte-americano que deixara para trás sua família abastada para tentar viver na Índia como São Francisco de Assis. Juntos, os dois amigos trabalharam numa colônia para leprosos e depois no Hospital de Doenças Contagiosas, em Lahore.
Em 1909, seguindo o conselho de amigos, Sundar Sing tornou-se estudante de teologia na Faculdade Saint John’s Divinity, em Lahore. Continuou sendo anglicano por toda a vida e pregava frequentemente em igrejas anglicanas, mas como pregador, recusava-se a ser vinculado a uma denominação. Para ele, todos os cristãos eram um. Sundar Singh também respeitava as religiões que o alimentaram na infância, e as via plenificadas em Cristo. Ele acreditava em dar às pessoas a água viva de Deus na taça da própria cultura delas, não numa taça estrangeira. Sentiu um chamado especial para pregar nas terras perigosas e inacessíveis do Tibete, e fez, a pé, muitas viagens quase impraticáveis para lá.
Certo dia, sentado numa rocha, vi abaixo de mim um pássaro que caminhava vagarosamente. Abaixei-me para observar o que acontecia. Uma serpente arrastava-o para si, com seu poder hipnótico. Preso pelos olhos fascinantes do réptil, o pássaro inconscientemente aproximava-se cada vez mais. E quando chegou a determinado ponto, a serpente o agarrou com os dentes e devorou-o. Poderia ter fugido, enquanto estava longe.
Também Satanás tenta arrastar-nos para ele por processos ilusórios e agradáveis. Há apenas um modo de fugir-lhe: em lugar de voltarmos para o diabo os nossos corações, devemos fazê-lo em relação a Deus.
Certa vez, no norte da Índia, lia eu um livro religioso em casa de um amigo e deparei com trechos que não entendia bem. O meu hóspede, doutor em Teologia e Filosofia, deu-me explicações que me pareceram inteiramente satisfatórias. Mais tarde, contudo, encontrei o autor, que explicou os mesmos trechos de modo inteiramente diverso.
Às vezes, homens instruídos enganam-se com o sentido das Escrituras. Para conhecermos a significação real devemos ir ao autor, isto é, devemos viver com o Espírito Santo, que é o verdadeiro autor das Escrituras.
Fonte: Livro – O apóstolo dos pés sangrentos.
Certo dia, um homem apanhou um rolo de corda muito emaranhado e tentou desfazer os nós. Gastou horas nessa ocupação.
O seu filho pequenino, observando-o, tomou outra corda, prendeu-a em uma árvore
e fez um laço na extremidade. Depois colocou o pescoço no laço e enforcou-se, enquanto o pai tentava desfazer os nós.
Quando a mãe viu aquilo, correu ao local, gritando.
- Desgraçado... a criança esta a morrer! Em lugar de a salvares, desembaraça os nós que há na corda.
É o que acontece com as vãs especulações. O tempo que se gasta com elas poderia ser usado para salvar milhões de almas que perecem.
Fonte: Sadu Sundar Singh - O Apóstolo dos Pés Sangrentos










COMENTÁRIOS - ESTUDO 1 - BIOGRAFIA DE PU - 2



















Figura 2: Foto atual (2017) da bendita mesa onde tudo aconteceu!!


- CX recebe mensagem de Francisco de Assis e PU de “Sua Voz”. Mensagens endereçadas a PU, chamado de Pedro.
- PU recebe mensagem dos familiares (mãe, filho e irmã), além de um soneto de Cruz e Souza (“O Herói”).