sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

KARDEC + UBALDI - Um abraço no Céu




KARDEC + UBALDI  - Um abraço no Céu

É fácil constatar, sem muito esforço e sem demérito, que a tese da Criação dos Espíritos contida na Codificação do Espiritismo não está concluída e que, quando da sua inauguração em 1857, deu apenas alguns singelos passos no terreno da Criação dos Espíritos e do Universo, por ausência de postulados científicos mais robustos que só apareceram a partir do início do século XX. 

Essa constatação se depreende pela leitura das respostas dos Espíritos e pelos escritos do próprio Codificador, Allan Kardec, que veremos a seguir, e que que tanto nos vacinaram contra a ânsia de dar a última palavra em qualquer tema, sobretudo neste de extrema relevância, A CRIAÇÃO, sendo certo que como daí resultam todos os demais postulados, sua ausência pode acarretar em sérios problemas filosóficos e epistemológicos, que portanto necessitam de urgente desenvolvimento.

Eu, espírita, antes de estudar as obras de Pietro Ubaldi, não enxergava a gravidade que era dar qualquer passo no campo do conhecimento e mesmo na própria vida, sem deter uma tese positiva e detalhada sobre o PRINCÍPIO DE TUDO, com lógica e racionalidade compatíveis com a ciência moderna. Todavia, só mesmo após estudar as obras do amigo Ubaldi que esses enormes porquês apareceram e, para a nossa alegria, seguidos também de muitas respostas. 

Vejamos, por exemplo, para constatar que o sistema conceptual espírita não se encontra completo, pois não pôde desenvolver à sua época um sistema mais detalhado sobre o primeiro grande porquê da humanidade, A CRIAÇÃO DOS ESPÍRITOS E DO UNIVERSO, a frase do espírito GALILEU, conhecido como o pai da ciência moderna, que se encontra no livro A Gênese, no capítulo chamado CRIAÇÃO PRIMÁRIA:

“Acerca do modo da CRIAÇÃO DOS ESPÍRITOS, entretanto, não posso ministrar mais que um ensino MUITO RESTRITO, em virtude da minha própria ignorância e também porque TENHO AINDA DE CALAR-ME no que concerne a certas questões...”

Ademais, vejamos também que o próprio Allan Kardec nos alertou sobre o problema de dar a última palavra aos temas filosóficos da Codificação, no qual se enquadra também os grandes porquês da Criação dos Espíritos e do Universo, conforme podemos observar em O Livro dos Médiuns, Cap. XXIX, Item 343:

“Pensam muitas pessoas, ao demais, que O Livro dos Espíritos ESGOTOU a série das questões de moral e de FILOSOFIA. É UM ERRO”.

Da mesma forma, no campo científico, o mestre de Lyon também nos alertou contra qualquer engessamento de conceitos, como podemos verificar no livro A Gênese, Caráter da Revelação Espírita, Capítulo I, item 55:

“Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”.

São muitas as citações espalhadas na Codificação atestando a ideia deste texto, mas só para citar mais algumas e não nos alongarmos demais, vejamos mais algumas que seguem abaixo:

“Ao modo por que nos CRIOU e em que momento o fez, NADA SABEMOS...”

“Como e quando foram CRIADOS constituem-se em MISTÉRIOS NÃO REVELADOS.”

“O PRINCÍPIO das coisas reside nos arcanos (segredos) de Deus.”

Quem quiser conhecer mais fundamentos sobre a urgente necessidade de desenvolvimento do conceito de criação na filosofia espírita, recomendo a palestra do amigo Julio Damasceno, que profundamente fundamentada, deixa ainda mais clara esta necessidade, neste link:


Esta reflexão é de suma importância para frisar que o Espiritismo não nasceu com um sistema conceptual completo, como pensam muitos, posto que naquela época, não havia ainda a cosmologia moderna, a física quântica, a teoria da relatividade, da expansão do universo, do big bang, uma maior compreensão sobre o átomo, matéria e energia, dentre outros, sendo certo que os Espíritos não poderiam se aprofundar no conceito da Criação, deixando portanto este TERRENO ABERTO para novas pesquisas e portanto complementações. 

E foi justamente para produzir frutos neste terreno quase inexplorado, pós ciência moderna, que mais uma semente de luz rasgou os céus e caiu na Terra, em glebas franciscanas, o "grande apóstolo de Gubbio", Pietro Ubaldi, como Chico Xavier costumava chamá-lo, e se debruçou com sua pena evangélica, cristocêntrica, aproveitando toda a semeadura já feita por Kardec e os demais emissários do Cristo em todos os campos do saber, para fazer crescer e frutificar esta bela árvore do conhecimento da CRIAÇÃO E DESTINAÇÃO DO SER E DO UNIVERSO.

Meu Deus! Agora sabemos com mais detalhes DE ONDE VIEMOS E PARA ONDE VAMOS, muito além de reencarnes e desencarnes entre o plano material e o espiritual !!! Que consoladora mensagem, pois toca nos maiores PORQUÊS DO EXISTIR, não podendo mais quem conheceu caminhar sem pensar nesta substancial revelação. 

Dessa maneira, é de fácil demonstração a lógica e a necessidade urgente do desenvolvimento/complementação da teoria da Criação da Codificação, que ficou estacionada no “simples e ignorante” para muitos confrades Espíritas, que ainda não perceberam que o engessamento do conhecimento neste campo faz o Espiritismo cair no descrédito ante a ciência moderna, que vem corroborando com as teses da Criação e Queda de Pietro Ubaldi, conforme já atestado por diversos estudiosos e apresentado anualmente nos Congressos Nacionais de Pietro Ubaldi.

Precisamos dialogar mais sobre o assunto, e para tanto o professor Pietro Ubaldi ofereceu robusto material de pesquisa no terreno da CRIAÇÃO, sobretudo nas obras DEUS E UNIVERSO, O SISTEMA e QUEDA E SALVAÇÃO.

Portanto, é possível afirmar por constatação, a necessidade de reconhecermos uma evidência ao meu coração, a de que Kardec e Ubaldi se encontram abraçados no plano espiritual, que suas missões complementares foram planejadas na agenda do Cristo, e que precisamos urgentemente unir estas duas obras Cristãs para avançarmos no campo do conhecimento da ORIGEM E DESTINAÇÃO DO SER, como em outras áreas, que por consequência lógica derivam desta primeira e fundamental.

E aí, aceita o convite ?

(Artigo de autoria do amigo Rafael Ludolf - CEU - Niterói)









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